Com a produção de petróleo da Líbia num estado caótico, os mercados continuam a empurrar para cima o preço do barril de petróleo. Resultado: a cotação dos produtos refinados disparou na última semana, o que deverá ser seguido pelo preço em bomba em Portugal. Empurrou os preços do barril de Brent - o crude de referência para Portugal - para entrega em Abril para os 112,14 dólares (ou 81,46 euros) na sexta-feira.
A volatilidade dos preços do petróleo por causa da Líbia deverá continuar, dizem os analistas, porque poderá levar semanas ou mesmo meses para que a estrutura de produção e exportação líbia volte à normalidade. A Líbia é o segundo maior fornecedor de petróleo a Portugal. Em 2010, a importação de crude líbio representou mais de 710 milhões de euros (bastante mais do dobro dos 295 milhões de 2009), segundo dados enviados à Lusa pelo INE.
O maior fornecedor de crude a Portugal é a Nigéria, no valor de 810,8 milhões de euros em 2010. Depois segue-se o Cazaquistão (639 milhões de euros) e Angola, que passou dos 140,4 milhões de euros em 2009 para os 558,9 milhões em 2010. Claro que as diferenças de valores representam a grande subida de preços do crude de um ano face ao outro.
Como é que esta situação vai afectar o preço da gasolina e do gasóleo nas bombas portuguesas? Claramente que vai ser afectado, com o aumento continuo e quase diário, cêntimo após cêntimo, dia após dia até se tornar insuportável. Os preços aumentam, os ordenados diminuem, os impostos aumentam, o emprego diminui. Quem põe fim a isto? O governo não é certamente, porque com a carga fiscal sobre o combustivel, consegue "amealhar" uns quantos euros para a salvação do défice (que obrigatoriamente, segundo ele diz, tem de ser 4,6% custe o que custar).